Enfermagem: 'Fui afastada do setor depois do Caso', afirma auxiliar de enfermagem

sábado, 3 de agosto de 2013

'Fui afastada do setor depois do Caso', afirma auxiliar de enfermagem

A auxiliar de enfermagem Dilza Aparecida da Silva durante depoimento (Foto: Jéssica Balbino / G1)

Mulher prestou depoimento por mais de 2h no Fórum de Poços de Caldas.
Três médicos são acusados de remover órgãos de criança ainda viva.

Fui afastada do centro-cirúrgico do Hospital da Santa Casa pouco tempo depois do caso. Eu fui mandada para a central de materiais, onde são feitas as esterilizações”, disse a auxiliar de enfermagem Dilza Aparecida da Silva, uma das testemunhas ouvidas durante as audiências de instrução e julgamento de três médicos no Fórum de Poços de Caldas (MG), acusados de irregularidade na retirada e suposto tráfico dos órgãos do menino Paulo Veronesi Pavesi, morto aos 10 anos na cidade.

São julgados os médicos Celso Roberto Frasson Scafi, Cláudio Rogério Carneiro Fernandes e Sérgio Poli Gaspar, acusados de pertencer à chamada “Máfia dos Órgãos”. Eles serão julgados pelo crime, com o agravante de tê-lo praticado em pessoa viva, resultando em morte, infringindo o artigo 14 da Lei de Transplantes.

Durante quase duas horas de julgamento, a auxiliar de enfermagem respondeu perguntas sobre os procedimentos técnicos adotados durante a remoção dos órgãos da criança no Hospital da Santa Casa de Poços de Caldas e disse que pouco tempo depois do caso foi transferida de setor.

Ela confessou que não participou de toda a cirurgia, que terminou às 19h30, pois deixou o turno às 19h. “A outra enfermeira que entrou só tiraria o paciente da mesa de cirurgia. Neste momento os órgãos já tinham sido retirados”, revelou.

Além de Dilza, outras cinco testemunhas de acusação foram ouvidas durante o primeiro dia de depoimentos – quarta-feira (31) – no Fórum de Poços de Caldas.

Segundo dia do julgamento
As audiências foram retomadas às 14h da quinta-feira (1º) e apenas três testemunhas tinham sido ouvidas até as 20h. Outras três testemunhas de defesa foram dispensadas pelos advogados dos réus.

Três médicos, Paulo César Pereira Negrão, Jeferson André Saheki Skulski e Alberto Araújo Cruz depoimentos como testemunhas de defesa do caso. Durante as audiências eles responderam perguntas técnicas sobre os procedimentos adotados para constatação de morte encefálica, já que os réus são suspeitos de terem falhado no diagnóstico da criança.


Médicos chegam para o 2º dia de audiências em Poços de Caldas (Foto: Jéssica Balbino / G1)

Outras 12 testemunhas que não residem na cidade serão ouvidas por cartas precatória e rogatória. Entre elas está Paulo Airton Pavesi, o pai do garoto, que após o caso, se sentiu ameaçado e vive hoje na Europa.

Segundo o Ministério Público, este julgamento é de apenas um dos processos que apura a morte do menino. Eles não irão a júri popular e podem já ser condenados quando testemunhas e réus forem ouvidos.

As investigações do caso já duram 13 anos. Na ocasião, Paulinho, como era conhecido, caiu de uma altura de 10 metros do prédio onde morava e foi levado para o pronto-socorro do Hospital Pedro Sanches. Ainda de acordo com o Ministério Público, o menino teria sido vítima de um erro médico durante uma cirurgia e depois foi levado para a Santa Casa de Poços de Caldas, onde teve os órgãos retirados por meio de um diagnóstico de morte encefálica, que supostamente teria sido forjado.


 Caso veio à tona após a morte de um menino de 10 anos, Paulo Pavesi (Foto: Reprodução EPTV)


Segundo a promotoria, a constatação da morte encefálica da criança foi feita de forma equivocada, o que levanta a suspeita de que o menino estivesse vivo no momento da retirada dos rins e das córneas. Outra linha de investigação é de que os órgãos retirados do garoto foram transplantados de maneira irregular. As córneas do menino foram levadas para Campinas (SP), quando deveriam ter sido transplantadas em pacientes da lista de espera de Minas Gerais, já que se trata de um procedimento regionalizado.

“Existem indícios de que não teria ocorrido a morte encefálica da criança, Temos provas de que apenas o primeiro exame foi realizado. O segundo exame apresentado não consta nem a data e nem a hora em que foi realizado. Os réus também alegam que esta constatação foi feita seguindo um protocolo, entretanto, o protocolo utilizado por eles não estava vigente na época”, destacou o promotor do caso, Daniel Ribeiro Costa.
Questionadas, as defesas dos três médicos negam as afirmações da Promotoria e reafirmam acreditar na inocência dos profissionais. “A defesa considera absurdo. A acusação contesta algo que é inequívoco, que é a declaração de morte encefálica do garoto”, disse José Arthur Kalil, advogado que defende dois dos três médicos acusados. Fonte: g1.globo.com/mg/sul-de-minas


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