Pacientes com cólera são tratados por um médico cubano em um hospital na cidade de L’Estere, Haiti. Foto: ONU/Sophia Paris
Dos 400 médicos cubanos que participarão da primeira etapa da
iniciativa, 84% têm mais de 16 anos de experiência. Segundo a OMS, todos
já cumpriram missões em outros países e possuem especialização em
Medicina da Família e da Comunidade.
Pacientes com cólera são tratados por um médico cubano em um hospital na cidade de L’Estere, Haiti. Foto: ONU/Sophia Paris
Os primeiros médicos cubanos que participarão do Programa ‘
Mais Médicos’ chegam neste sábado e domingo, 24 e 25 de agosto, a Recife, Brasília, Fortaleza e Salvador.
O acordo de cooperação técnica – cujo objetivo é ampliar o acesso da
população brasileira à atenção básica em saúde – foi firmado esta semana
pelo Ministério da Saúde do Brasil e a Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS), representação da Organização Mundial da Saúde (OMS) para
as Américas. Pelo acordo, fica definida a vinda de 4 mil profissionais
de Cuba para as vagas que não foram escolhidas por brasileiros e
estrangeiros na seleção individual do programa (
acesse os detalhes aqui).
Segundo a OPAS, os médicos cubanos participarão de treinamento e
avaliação para adaptação do idioma de língua portuguesa e saúde pública
brasileira de 26 de agosto a 13 de setembro, totalizando 120 horas. Os
aprovados nessa etapa serão deslocados aos municípios onde atuarão para
iniciarem o atendimento à população, na segunda quinzena de setembro.
O representante da OPAS no Brasil, Joaquín Molina, ressalta que na
negociação com Cuba a organização buscou um perfil de profissional
direcionado às necessidades do programa Mais Médicos. “São médicos
experientes, que já trabalharam em países de língua portuguesa e com
especialização em saúde da família. Com certeza, estamos trazendo um
grupo muito preparado ao Brasil”, afirmou.
Neste sábado (24), chegam a Recife os primeiros 30 médicos cubanos para
uma capacitação. No mesmo dia chegam a Brasília 176 médicos. No domingo
(25), as cidades de Fortaleza, Recife e Salvador receberão mais 194
médicos, totalizando 400 médicos provenientes de Cuba que participarão
da primeira etapa de capacitação do Programa.
Os médicos que irão receber capacitação especial para atuar em
municípios com população indígena serão concentrados em Brasília. A
segunda etapa de capacitação do Programa Mais Médicos está prevista para
ocorrer no mês de setembro.
Dos 400 médicos cubanos que participarão da primeira etapa, 89% têm mais
de 35 anos, sendo 65% do total na faixa etária de 41 a 50 anos. Além
disso, 84% têm mais de 16 anos de experiência em medicina, sendo 60%
mulheres e 40% homens. Todos os profissionais cubanos já cumpriram
missões em outros países, incluindo participação em missões em países de
língua portuguesa, e têm especialização em Medicina da Família e da
Comunidade. Do total, 20% têm mestrado em Saúde.
Dados: OPAS e Ministério da Saúde
Eles serão direcionados aos 701 municípios – dos quais 84% estão nas
regiões Norte e Nordeste – que aderiram ao Mais Médicos, mas não foram
selecionados por nenhum médico do edital de chamamento individual. As
etapas seguintes ocorrerão para preencher postos ociosos após ciclos de
chamamento individual, cuja segunda edição foi aberta na última
segunda-feira (19).
Medicina de Cuba: avanços reconhecidos pela OMS
Em Cuba, há 25 faculdades de medicina, todas públicas, e uma Escola Latino-Americana de Medicina, na qual estudam estrangeiros de 113 países, inclusive do Brasil.
A duração do curso de medicina em Cuba, a exemplo do Brasil, é de seis
anos em período integral. Depois, há mais três a quatro anos para
especialização. Pelas regras do Ministério da Educação de Cuba, apenas
os alunos que obtêm notas consideradas altas em uma espécie de
vestibular e ao longo do ensino secundário são aceitos nas faculdades de
Medicina.
Cuba possui um histórico de apoio a outros países na área da saúde. Em
abril deste ano, a ONU anunciou que a nova vacina pentavalente no Haiti,
introduzida pelo Ministério da Saúde Pública e População do país com
apoio da OMS, poderia salvar cerca de 3 mil crianças ao longo dos
próximos quatro anos, segundo estimativas da organização.
O medicamento foi concebido para proteger meninos e meninas de até cinco
anos contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus
Influenzae tipo b (Hib), que causa pneumonia e meningite. A meta do
Ministério haitiano é administrar três doses do medicamento para 288 mil
crianças menores de um ano de idade. Para alcançar o objetivo, a OMS
recrutou e treinou uma equipe de 12 médicos haitianos, educados em Cuba e
na República Dominicana, para treinar profissionais de saúde na
utilização da vacina pentavalente em todo o país.
O país também foi elogiado pela OMS por ter colocado em prática um plano
nacional abrangente para prevenir e combater o câncer, além de investir
em biotecnologia.
Segundo a OMS, o plano é apoiado por um sistema forte de atenção
primária à saúde, que permite ao médico ver seus pacientes regularmente e
detectar os problemas de saúde em um estágio inicial. Pacientes com
suspeitas de câncer são encaminhados a centros especializados para o
diagnóstico e tratamento adequado.
Segundo o
último relatório “Estatísticas Mundiais de Saúde”,
publicado em maio deste ano, Cuba é o único país da América Latina e
Caribe que possui um nível de mortalidade infantil comparável a de
países desenvolvidos, com 6 mortes em cada mil crianças menores de 5
anos – mesmo índice do Canadá (6) e menor que dos Estados Unidos (8) e
Chile (9). Este número chega a 70 no Haiti, enquanto no Brasil é de 16
mortes por mil.
Recursos serão repassados à OPAS
Além de Cuba, a OPAS continua buscando a parceria de países,
universidades e organizações de outros países para a participação no
Mais Médicos, no âmbito do acordo firmado com o Ministério da Saúde.
Nestas parcerias, segundo o organismo internacional, só serão ofertadas
as vagas não preenchidas pelos editais de chamamento individual.
Para levar os médicos cubanos a estas regiões, o Ministério da Saúde
investirá, via OPAS, 511 milhões de reais até fevereiro de 2014. O
Ministério da Saúde repassará à OPAS recursos equivalentes às condições
fixadas pelo edital do Mais Médicos – de R$ 10 mil para cada médico.
A concessão de registro profissional segue a regra fixada na Medida
Provisória que instituiu o programa Mais Médicos: os médicos terão
autorização especial para trabalhar por três anos exclusivamente nos
serviços de atenção básica em que forem lotados no âmbito do programa. (
acesse os detalhes aqui)
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Fonte: www.onu.org.br