Enfermagem: Consultório na Rua já atendeu quase 2 mil moradores de rua

terça-feira, 15 de julho de 2014

Consultório na Rua já atendeu quase 2 mil moradores de rua

Eles também merecem dignidade!

Elvis passa os dias nas imediações da Praça Rui Barbosa, centro de Curitiba. Usuário habitual de álcool, há mais de 20 anos não tem contato com a família. Desde agosto de 2013, ele é atendido por uma das equipes do Consultório na Rua – programa que leva equipes móveis de saúde ao encontro da população de rua e, nos primeiros 11 meses desde a implantação em Curitiba, já atendeu 1.985 pessoas.

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“Já fiz um tratamento dentário com o pessoal do Consultório na Rua e sempre que tenho algum machucado eles fazem curativo e cuidam de mim. Estão sempre nos ajudando”, conta Elvis. O trabalho é árduo. São quatro equipes formadas por médicos, psicólogos, enfermeiros, assistentes sociais, dentistas, técnicos e auxiliares em saúde bucal e em enfermagem, que se dividem por quatro macrorregiões da cidade e para levar atendimento aos moradores em situação de rua da capital - população estimada hoje em cerca de 4 mil.

“É um trabalho difícil e muitas vezes demorado, já que precisamos criar o vínculo com essas pessoas para que aceitem a nossa ajuda. Mas ao mesmo tempo é recompensador”, conta Adriane Wollmann, coordenadora do programa em Curitiba.

“Com o Consultório na Rua procuramos resgatar a cidadania e a autoestima dessas pessoas, recriando vínculos”, afirma o secretário municipal de Saúde, Adriano Massuda.

O casal Elizandra e Mauro teve o primeiro contato com a equipe do Consultório na Rua na semana passada. Grávida de cinco meses, Elizandra contou que faz ingestão de álcool e crack há duas semanas e que quer começar a realizar o pré-natal. “Tenho uma filha de 5 anos que está com o Conselho Tutelar e quero conseguir criar esse filho. Bom saber que mesmo não tendo uma casa agora, vão me ajudar para que eu tenha uma gravidez saudável”, disse.

Nos casos como o de Elizandra, a equipe do Consultório tenta convencer a gestante a realizar os exames e faz todo o acompanhamento e intermediação com Conselho Tutelar, Fundação de Ação Social (FAS), unidade de saúde e Centro de Atenção Psicossocial (Caps). “São situações complicadas porque, para ficar com o bebê, a pessoa precisa ter um local salubre para morar e mostrar que tem condições para criar uma criança. Mas já temos casos de sucesso, em que os pais recebem acompanhamento do Conselho Tutelar, se livram dos vícios e se mostram aptos a cuidar da criança”, diz Adriane.

Tratamento

O Consultório na Rua também já registrou alguns casos em que o morador de rua aceitou o tratamento e até mesmo o alojamento em um dos abrigos da Prefeitura. José Maria, 49 anos, mais conhecido como Zequinha, é um deles. Na primeira vez que uma das equipes se aproximou dele em uma praça no Boqueirão, Zequinha estava fraco e sequer conseguia se levantar sozinho. A pele descamada, manchada e suja por mais de oito anos sem um banho de verdade denunciava a saúde frágil. Mesmo assim, ele não aceitou o suporte oferecido. “Quando me conheceram eu não precisava pentear o cabelo de tão duro que era. Acho que só com uma enxada ia conseguir tirar toda aquela sujeira, mas não me importava com isso”, conta.

“Foi difícil chegar perto. No início, ele até incentivava seus companheiros de rua a aceitarem a nossa ajuda, mas ele mesmo se negava. Costumo dizer que a conquista do Zequinha foi como um daqueles namoros doloridos, de fazer sofrer. Só que a gente insistiu e hoje ele é um incentivo para continuarmos nosso trabalho”, explica Karla Sell Schineider, enfermeira de uma das equipes do programa.

Zequinha já está há cinco meses no Centro de Referência Especializado Para População em Situação de Rua (Centro Pop), coordenado pela FAS. Ao menos uma vez por semana, vai até a praça onde ficava, encontrar seus antigos amigos. “Na primeira vez eles estavam comendo e fiquei olhando de longe. Difícil acreditar que vivi tanto tempo daquela maneira”, relembra.

Mesmo acolhido no Centro Pop, Zequinha continua sendo acompanhado pela equipe do Consultório na Rua . “Ele abusava da bebida e com o tempo perdeu o contato com a família. Nossa meta agora é tentar essa reaproximação”, diz a coordenadora.





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Fonte: www.bemparana.com.br


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