Enfermagem: Médico de família ganha reforço em Sto. André

terça-feira, 18 de março de 2014

Médico de família ganha reforço em Sto. André

 
A médica Isabella Arruda, caminha por rua ao lado da cubana Pilar Palomo Pozo

BOM DIA acompanha primeiro dia da médica Isabella e da enfermeira Maiara na comunidade dos Ciganos

O Programa Saúde da Família, atualmente denominado ESF (Estratégia de Saúde da Família), de Santo André, recebeu reforço com a chegada de mais 10 profissionais, seis médicos e quatro enfermeiras, inscritos na terceira edição do Provab (Programa de Valorização de Atenção Básica) oferecido pelo governo federal. Os novos contratados, todos com registros nos órgãos federativos, integram as equipes de Saúde da Família – hoje são 39 espalhadas por 18 unidades que oferecem o programa à 45.488 famílias, segundo dados de janeiro deste ano do Sistema de Informação da Atenção Básica.

O BOM DIA acompanhou a médica Isabella Arruda, que é de Fortaleza, Ceara, e a enfermeira Maiara Ferreira de Azevedo, de São Paulo, que foram conhecer as famílias que irão atender na favela dos Ciganos, na Vila Metalúrgica. Cerca de 4 mil pessoas são atendidas atualmente, só nessa comunidade. A equipe do ESF, que atua no local, acompanhou as novas funcionárias na apresentação aos pacientes em suas residências.

A médica cubana Pilar Palomo Pozo, que chegou em outubro pelo programa Mais Médicos, apresentou a nova integrante da equipe ao paciente Almir Gonçalves Ruiz, 62 anos, que tem de insuficiência respiratória, e recebe atendimento em casa pelo programa há 4 meses. No primeiro momento o paciente ficou desapontado com a notícia, pois já estava habituado com Pilar. “Vou sentir saudades da dedicação e carinho da Pilar. A gente toma afeição pela pessoa”, declara o paciente que tem criticas aos médicos brasileiros. “Espero que a doutora Isabella seja como os médicos cubanos, que olham e te examinam de verdade, pois quando estive internado os doutores nem me tocavam e muito menos conversam sobre a minha situação”.

Com a chegada da médica Isabella e a enfermeira Maiara, a equipe, que atua naquela região, que abrange um total de 8 mil pessoas atendidas, vai se dividir em duas.

Cada equipe é formada por uma médica, uma enfermeira, dois auxiliares de enfermagem e quatro agentes comunitários. Anteriormente a cubana do Mais Médicos, que chegou junto com a implantação do programa nos dois núcleos e a equipe realizavam todos os atendimentos.

Agentes comunitários  é que fazem a diferença

Os agentes comunitários de saúde são a principal estrutura do PSF. Moradores ou conhecedores da região, eles trabalham diariamente visitando seus pacientes e levando informações a Unidade Básica de Saúde, nesse caso a de Utinga.

São eles que realizam o mapeamento da saúde do local e sabem onde há casas com pacientes idosos, acamados, crianças com menos de dois anos, com dois ou mais, diabéticos, hipertensos, entre outros. A partir daí começam as visitas dos médicos e enfermeiros. Uma vez por semana os médicos fazem visita domiciliar, priorizando os casos mais graves.

Karina Santos Santana, 35 anos, técnica em enfermagem, atua no programa há três anos e se sente muito gratificada com o seu trabalho. “Hoje tenho outro olhar, um olhar além da doença, às vezes o paciente nem esta tão doente, principalmente os mais idosos, e o que querem é uma conversa, um pouco mais de atenção e essa atenção ajuda na cura das pessoas. O ESF tem essa linha de atendimento, mais humanizada”, relata Karina.

Por ser um programa de  educação e prevenção da saúde, o atendimento domiciliar vai além de uma visita médica. A equipe envolvida conhece como vivem, onde vivem e toda a história clínica da família, facilitando assim o atendimento.

Entrevista
Fabiana Gonçalves Ruiz, costureira, 24 anos

A chegada da equipe do ESF ajudou muito

A filha do paciente Almir, Fabiana Gonçalves Ruiz, costureira, 24 anos, afirma que a chegada da equipe do ESF ajudou a cuidar melhor do pai.

BOM DIA  O que mudou com esse programa?
FABIANA RUIZ  Recebo orientações da equipe, a enfermeira me explica como dar os remédios, as agentes passam aqui para ver meu pai todos os dias, a médica conversa e me orienta como proceder, ou seja, estou mais segura e sei que posso contar com a equipe em caso de urgência. Os familiares dos pacientes atendidos têm os números de telefone da equipe e podem, em caso de emergência, acionar qualquer integrante, o que é um suporte e tanto.

Médicos e mais médicos
Para a médica Pilar, que é especializada em saúde da família e trabalhou em Cuba, Venezuela e Paquistão, o ESF no Brasil é bem planejado, o que falta são médicos. “O programa tem um desenho ótimo e como é uma ação planejada damos conta, mas sem dúvida que o programa precisa de mais médicos”.

A novata
A nova médica Isabella, que atuou no programa no Ceara, diz que o ESF no Brasil funcionaria melhor se as condições ambientais e socioculturais fossem melhores. “A prevenção não se faz só com médicos, é necessário uma estrutura externa de saneamento básico, por exemplo. Cuido do paciente em sua casa, mas ao sair há um córrego a céu aberto, ou seja, o programa tem que ser parte de um conjunto de ações”, diz Isabella.

Capacitação
Todos os funcionários que trabalham no ESF passam por cursos de capacitação, na Escola de Saúde de Santo André. Os agentes de saúde realizam curso de uma semana onde são abordados a estratégia do programa, a humanização na saúde, como abordar a família, entre outros. Os médicos e enfermeiros têm que realizar curso de um ano para se especializar na saúde da família. O curso é a distância e os profissionais tem que apresentar trabalhos semanalmente e um no final do curso.

8.000 reais é o valor da bolsa dada aos médicos.

Apoio
Pelo Provab, o Ministério da Saúde contrata um médico por, pelo menos, um ano,  por 32 horas semanais de atividades práticas nas UBSs e de 8 horas de ações acadêmicas semipresenciais.

Opinião

Edu Cerioni, Editor-chefe da Rede BOM DIA

Eles merecem mais  atenção
O paciente Almir Gonçalves Ruiz, 62 anos, foi direto ao assunto com a nova médica do programa: “Espero que a doutora seja como os médicos cubanos, que olham e  examinam de verdade, pois quando estive internado os doutores nem me tocavam e muito menos conversam sobre a minha situação”. O brasileiro quer e merece mais saúde. Com total atenção.  


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Fonte:  www.redebomdia.com.br


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