Enfermagem: Coren interdita Hospital Regional de Socorro

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Coren interdita Hospital Regional de Socorro

Só casos de urgência são atendidos em unidade de saúde

 O Conselho Regional de Enfermagem (Coren) promoveu a interdição ética parcial no Hospital Regional de Nossa Senhora do Socorro. A interdição ética ocorreu na manhã desta sexta-feira, 22. Como consequência, estão sendo atendidos apenas os casos de urgência e emergência no pronto socorro da unidade.

O comunicado à direção do Hospital Regional e à Secretaria de Estado da Saúde foi feito pessoalmente pela presidente do Conselho Regional de Enfermagem Gabryella Garibalde Santana Resende. Ela explica que a interdição ética ocorre devido à falta de segurança na unidade, que já registrou vários casos de ameaças aos profissionais que trabalham naquele hospital.


Aos jornalistas que acompanharam o ato de interdição ética, a presidente do Coren informou que a superintendência do hospital e os gestores da Secretaria de Estado da Saúde e da Fundação Hospitalar de Saúde foram notificados em dois momentos distintos com o objetivo de corrigir as deficiências detectadas nas sucessivas fiscalizações realizadas pelo Conselho.

 Segundo a presidente, a primeira notificação ocorreu no dia primeiro deste mês e a segunda no último dia 11. Apesar das notificações, segundo a presidente do Coren, as deficiências permaneceram. “A interdição ética é o último recurso”, ressaltou a presidente, destacando que as atividades só serão normalizadas quando as deficiências forem corrigidas.

Nota

A Fundação Hospitalar de Saúde e a Secretaria de Estado da Saúde se manifestaram em nota encaminhada à imprensa. Na nota, a diretoria executiva da Fundação Hospitalar de Saúde observa que a intervenção “configura um ato de abuso” e que a interdição é um ato político que passa pelo interesse no processo eleitoral para a escolha da nova diretoria. “Esta medida visa resgatar parte da legitimidade perante a categoria. Se tal medida o Coren quiser adotar nos demais hospitais públicos e privados, como ficará o atendimento à população sergipana nos hospitais?”, questiona a FHS, na nota.

 A Secretaria de Estado da Saúde (SES) informou que recebeu solicitação do Conselho Municipal de Saúde de Nossa Senhora do Socorro para reforçar a segurança na unidade. “A demanda foi encaminhada à Secretaria de Segurança Pública, já que, apesar dos vigilantes que trabalham na unidade, eles pedem um posto policial”, informa a secretaria, na nota.

A Secretaria de Estado da Saúde orienta pacientes, nos casos que não configuram emergência, a procurarem atendimento nas unidades de atenção básica. “Estão atendidos apenas casos de urgência e emergência no pronto socorro, enquanto durar a interdição, que é a atribuição da unidade. Casos ambulatoriais devem ser absorvidos pela atenção básica, através dos postos e clínicas de saúde, como deve ser a rotina”, considera a secretaria, na nota.

Os gestores advertem que os demais serviços do hospital, a exemplo da maternidade e a realização de cirurgias eletivas, funcionam normalmente.

 Em relação à segurança, na nota o diretor operacional Wagner Andrade esclarece que a Fundação Hospitalar de Saúde tem contrato com empresa de segurança, “tendo diuturnamente, dois seguranças naquela unidade e que foi firmado um acordo com SSP que proporcionou rondas periódicas e patrulhamento naquela unidade hospitalar e que surtiram efeito em função de não ter sido registrado nenhum incidente”.

A FHS informa que está aguardando o ato de interdição para análise e providencias necessárias para efetivar a desinterdição.

CRM

A equipe do Conselho Regional de Medicina (CRM) também realizou fiscalização no hospital na manhã desta sexta-feira, 22. A presidente do CRM, Rosa Amélia Dantas, informou que as atividades dos médicos na unidade também ficarão comprometidas com a interdição ética do Coren. “Médicos não podem trabalhar sem enfermeiros”, observou.

Durante a fiscalização, os representantes do CRM ouviram relatos da médica Isabel Cristina Brasão Froz, que destacou várias ocorrências de ameaças, que envolvem disparos de arma de fogo contra a equipe e xingamentos. “Um paciente trouxe até um cachorro para nos intimidar”, relatou.

A presidente do CRM informou que está colhendo as evidências e as provas, a exemplo dos Boletins de Ocorrência registrados na Polícia Civil, para concluir o relatório e as medidas que deverão ser adotadas. O CRM também não descarta a possibilidade de interdição ética em decorrência da falta de segurança, da escassez de medicamentos e também pela falta de equipamentos para a prestação do atendimento.

Por Cássia Santana www.infonet.com.br/saude/ler.asp

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